segunda-feira, 20 de abril de 2009

Profa Naiá Duarte,divulga materia sobre:A infância no Haiti: Escravidão, violência, abandono e Esperança *17 de abril de 2009 Por Flávio Soares

A infância no Haiti: Escravidão, violência, abandono e Esperança *17 de abril de 2009 Por Flávio Soares

A situação da criança haitiana é extremamente preocupante. Ela é obrigada a conviver com inúmeros problemas: má nutrição, falta de acesso à saúde, à educação básica, a violência doméstica e sexual.
Em conversa com um haitiano disse-me ele algo que me deixou bastante intrigado. Em seu português ainda tropeçante dizia que o haitiano tem a cultura de que ainda “está escravo”. E pelo que parece, esse pensamento é utilizado para legitimar a violência e maus tratos contra a criança, principalmente.

Entre as primeiras postagens no blog já havia falado sobre o assunto. A criança haitiana, resguardadas as devidas excessões, vive sob constante jugo e que as escolas ainda convivem com práticas disciplinares ortodoxas. Mas,após esta conversa, senti necessidade de me aprofundar mais no tema;conhecer não somente o perfil das crianças com as quais trabalhamos,crianças soldados, mas a situação da infância de uma forma geral. E durante a busca tive acesso a uma pesquisa sobre os “Restavecs”, de Raíssa Maria
Londero pesquisadora do projeto Brasil-Haiti: um novo olhar sobre um novo Haiti.

Os Restavecs, termo em francês que quer dizer “ficar com”, são crianças que vivem sob regime de escravidão após serem doadas por seus pais para famílias urbanas. Na esperança de melhores condições de vida, ao invés disso são obrigadas a intenso trabalho forçado e a inúmeros maus tratos. Segundo a pesquisadora, no caso de meninas a situação torna-se ainda pior pois também envolve a exploração sexual; cabendo a elas, inclusive, a iniciação sexual dos filhos legítimos dos seus senhores. E quanto mais nova melhor, pois menor é o risco de que elas sejam portadoras do HIV. Essas meninas são
chamadas “*la pour cá*” que significa “aqui para isso”.

Ainda segundo a pesquisa, um relatório da ONU de 2006, sob o título “Infância em perigo: Haiti”, aponta que cerca de 300 mil crianças estejam vivendo neste sistema. E que o governo haitiano atribui o problema a cultura, originada nas práticas coloniais oriundas da cultura africana.
Enquanto isso os restavecs vivem em condições miseráveis e sem quaisquer perspectiva de futuro.

A pesquisadora encerra chamando a atenção para a ineficiência de qualquer estudo ou programa caso não seja dada a devida atenção para o problema dos restavecs. Diz ainda, muito acertadamente que “o ideal de justiça não é possível de ser estabelecido em um Estado onde a escravidão infantil está arraigada, e consentida”. Por tanto, é urgente que seja incluída no conjunto de ações para a estabilização ações que combatam e ponham fim nesta prática
desumanda e cruel. Como acredito seja necessário também uma reforma educacional dirigida aos educadores e educandos, baseada em uma metodologia de diálogo,

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