quarta-feira, 11 de maio de 2011

Violência contra as mulheres negras é debatida no Território do Sisal



Violência contra as mulheres negras é debatida no Território do Sisal

O encontro foi marcado por momentos fortes, com testemunhos de experiências vividas por mulheres do território

Com o objetivo de chamar a atenção dos órgãos públicos e da sociedade civil para o grave cenário de agressão em que vivem as mulheres negras no estado da Bahia foi realizado o lançamento da Campanha de Combate á Violência Contra as Mulheres Negras. O evento aconteceu na última segunda-feira (09) no auditório do Sindicato dos Trabalhadores Familiar de Conceição do Coité (SINTRAF) e contou com a presença de mais de 120 mulheres representantes dos movimentos de mulheres dos municipio de Serrinha, Valente, Ichú e Conceição do Coité.

Estavam presentes também no evento a Superintendente de educação básica da Bahia a professora Amélia Maroux e Vilma Reis Mestre em Sociologia e coordenadora do Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra – CDCN do CEAFRO. O evento faz parte das ações do projeto Encruzilhadas de Direitos. Para a professora Eide Paiva, uma das organizadoras da campanha, o evento superou as expectativas. “Superou as expectativas pela força de organização das mulheres da sociedade civil, agora por outro lado mostrou o quão é difícil o diálogo com o poder público municipal, que não se fez presente” Ressaltou.

Vilma Reis fez uma palestra abordando a realidade enfrentada pelas mulheres negras na Bahia e apontou números e estatísticas sobre a violência contra as mulheres. O encontro foi marcado por momentos fortes, com testemunhos de experiências vividas por mulheres do território. Ela destacou a importância da realização deste evento enquanto espaços de debate. “Esse debate precisa emergir por que nós somos a maioria nesta sociedade, e lamentavelmente as estruturas de poder continuam tratando a gente como minoria e que estas devem ser esmagadas. Nós acreditamos que uma sociedade que quer as mulheres negras, a juventude negra, as crianças negras e os homens negros, uma sociedade que quer essa população com a cabeça enterrada no chão como se fosse avestruz, essa esta sociedade precisa ser provocada, instigada a se debater por que nós não lutamos contra o racismo por sermos pobres, a gente luta contra o racismo porque isso empobrece os negros, os brancos e todos”. Afirmou Vilma Reis.

Por: Gilcimar Pereira



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