Por Bruno Calzavara em 9.06.2011 as 18:59
Uma vez valentão, sempre valentão. Cientistas dos EUA descobriram que os meninos que praticam bullying na época de escola possuem maiores chances de abusar de sua parceira na vida adulta.
Segundo o estudo, a ligação fornece um caminho para a pontencial redução da violência doméstica, que afeta cerca de 25% das mulheres estadunidenses.
O psicólogo Jay Silverman, que liderou a pesquisa, conta que, para os adolescentes, o contexto escolar é praticamente um treino para o comportamento como adulto e por isso não é de se surpreender que algumas práticas permaneçam. “Precisamos fazer um trabalho muito melhor em reconhecer o bullying nas escolas, especialmente o assédio dos meninos contra as garotas”, diz.
Silverman reconheceu que a ligação é surpreendentemente forte e merece um estudo mais aprofundado. “Certamente esperamos que este estudo traga uma maior atenção a esta questão”.
Baseado em dados de uma pesquisa feita em Boston, EUA, com quase 1.500 homens de 18 a 35 anos, a equipe de Silverman descobriu que 16% dos homens – um em cada seis – tinha abusado de sua parceira sexualmente no ano passado.
Dos que admitiram o abuso recente, 38% confessaram que costumavam intimidar os seus colegas com frequência na escola também. Esse dado é consideravelmente superior aos 12% que afirmaram nunca terem praticado bullying na infância ou na adolescência.
Depois de levar em conta outros fatores de risco para violência doméstica – como ter sido abusado enquanto criança ou ter sido testemunha de abuso entre os pais – o bullying frequentemente quando pequeno estava ligado a um aumento de quatro vezes no risco de um homem abusar da parceira na fase adulta.
A associação foi mais forte do que condições como ter sido abusado quando criança. “Foi surpreendente o fato do bulliyng ter se mostrado muito mais poderoso do que muitas das outras questões que consideramos normalmente”, conta Silverman.
“A mensagem que fica é que o bullying na escola pode ter consequências muito mais profundas e duradouras do que imaginamos – e não apenas em quem sofre a intimidação, mas também em quem a pratica”, conclui.
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