Os dados apontam que 58,64% delas dizem que são agredidas diariamente e, em 21,67% dos casos, a violência é semanal. A ocorrência é mensal para 5,29% ou acontece raramente para 9,19% delas.
No total, a Central de Atendimento à Mulher totalizou 667.116 ligações em 2011--uma média de 1.828 por dia. As denúncias de agressão física contra mulheres corresponderam a 61,28% das 74.984 ligações relacionadas à violência.
"Isso não significa, necessariamente, que a violência aumentou, mas sim que as mulheres estão procurando mais os seus direitos", afirma Aparecida Gonçalves, secretária Nacional de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres da SPM.
No período, houve 343 chamadas referentes a mulheres em situações de cárcere privado, um dos dados que mais chamou a atenção da secretaria.
No fim do ano passado, o serviço foi expandido para o exterior. Desde então, foram 12 ligações em dezembro e 35 ligações em janeiro de 2012.
EM CASA
Em 72,23% dos casos, a violência é cometida por companheiros e cônjuges das vítimas e 2,23% são namorados. Há ainda um elevado número de casos de violência cometidos por ex-maridos (11,82%) e ex-namorados (4,47%). Isso demonstra que quase 91% das agressões são cometidas por pessoas com quem a vítimas tem ou teve algum vínculo afetivo.
O estudo ainda aponta que 83,34% das mulheres agredidas têm filhos e que 66,12% deles presenciam a violência. Outros 19,35%, são violentados junto com a mãe. "Isso mostra que a violência doméstica é um problema da sociedade. Essas crianças vão crescer e, no futuro, podem virar agressores de suas mulheres ou se comunicar com a sociedade de forma violenta", diz Cida Gonçalves.
Quanto ao tempo de relação da vítima com o agressor, 40,59% mantém relações há 10 anos ou mais. Em 58,27% dos casos, o agressor não está sob o efeito de álcool ou droga.
Em 2011, 94 ligações tratavam de registros contra parceiras lésbicas. O número corresponde a 0,17% das ocorrências --uma chamada a cada quatro dias.
PERFIL
Das ligações recebidas pelo 180, 98,97% foram de mulheres --houve 3.402 ligações feitas por homens. A maioria das denunciantes possui ensino fundamental (45,49%) ou tem ensino médio (41,29% ). Há 11,3% com ensino superior e apenas 1,93% é analfabeta.
O serviço também é mais procurado por mulheres adultas: de 20 a 29 anos (31,19%); de 30 a 39 anos (32,08%) e de 40 a 49 anos (17,88%). "Elas estão na idade economicamente ativa, o que, de uma forma geral, afeta a economia do país. Isso porque as mulheres que sofrem violência faltam para ir ao médico, têm vergonha e autoestima baixa --o que dificulta a ascensão profissional", diz a secretária.
De acordo com o dados, a maior parte das vítimas (59,51) não é dependente financeiramente do agressor.
Além da central 180, as vítimas podem procurar 924 centros que fazem parte da rede de atendimento à mulher. São centros de referência, casas abrigos, defensorias, delegacias especializadas, juizados, varas e promotorias.
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