sexta-feira, 25 de maio de 2012

Meu marido cristão me bate. O que devo fazer?





Meu marido cristão me bate. O que devo fazer?

Foi com esta pergunta no ano de 2008, que surgiu o desejo de trabalhar a questão da violência contra a mulher no meio eclesiástico.

Aceitei um convite para realizar palestra sobre “As Conquistas Femininas” em comemoração ao Dia Internacional da Mulher. Subi o Morro São Bento no município de Santos (SP) e ministrei para oitenta mulheres e dez homens. Discorri sobre a Lei federal  11.340 intitulada “Lei Maria da Penha”, a palestra durou certa de uma hora e meia.

Ao final da palestra, várias mulheres me cercaram dizendo: Sou “ex-crente”, meu marido demonstra uma conduta na igreja e em casa ele é outra pessoa. Imediatamente eu quis saber que outra pessoa ele era.

Ouvi por algumas horas, como aqueles maridos evangélicos se comportavam em suas casas.

Fiquei perplexa ao saber do marido de Adriana ( nome fictício), que a imobilizando, dava tapas nas suas nádegas, e gritando que ele estava fazendo aquilo porque ela precisava de correção. Eu perguntei que tipo de correção poderia justificar tamanha violência? Adriana disse que desobedeceu ao marido, que havia proibido de que ela fosse visitar sua mãe, que morava no Morro Nova Cintra (próximo do Morro São Bento).

Esse episódio em si já é chocante e o pior estava por vir: seu marido era ministro de louvor na igreja que frequentavam.

Outras histórias parecidas ouvi daquelas mulheres “ex-crentes”, e não me conformei e disse ao Senhor Jesus “Eis-me, Senhor”, e diante da minha decisão em ajudar aquelas mulheres, procurei o pastor Ariovaldo Ramos.

Conversei com pastor Ariovaldo sobre as denúncias, ele informou que conhecia alguns casos de violência doméstica pela membresia e infelizmente pela liderança. Pastor Ariovaldo abraçou a ideia e contribuiu entre outras coisas, realizando uma releitura da Palavra de Deus, onde questões como ajudadora idônea ( Gn. 2: 22-24) e submissão ( Ef. 5: 18-33) poderiam ser distorcidas e usadas para oprimir as irmãs.

Diante disso, nasceu o Ministério Mulher Viva e o Instituto Mulher Viva, cujo objetivo é prevenir e conscientizar sobre a violência doméstica e erradicar qualquer prática violenta no seio da igreja. Realizamos várias cruzadas missionárias, diversas palestras pelo Brasil, e em todo lugar levantam mulheres cristãs ou não dizendo que sofreram ou ainda sofrem com a violência.

Um exemplo que marcou a minha vida, foi a de uma irmã em Cristo esposa de um pastor que sofria espancamentos toda a semana, ela telefonou e marcou um encontro comigo no shopping na cidade do Rio de Janeiro (RJ). Encontrei com ela, ouvi sua história de sofrimento e luta pela família e disse que ela precisava denunciar seu marido ( 1 Pe 2: 13-17), porque o que ele fazia com ela era crime e precisava responder por suas ações.

Infelizmente ela não teve coragem de denunciar e meses depois, mandou-me um email dizendo que a surra que ele deu foi tão violenta, que quebrou um braço e uma perna. Sem parentes próximos ela ficou sem ser socorrida por dois dias e os filhos proibidos de falarem sobre o assunto.

Hoje esta irmã está com os filhos, frequenta uma igreja em Natal (RN) e diz que o Ministério Mulher Viva a ajudou a ter sua dignidade restaurada, para a Glória de Deus.

O que vem a ser a violência doméstica contra a mulher?

Violência é o ato de agressão ou mesmo a omissão que causa sofrimento físico ou psicológico à vítima. A violência contra a mulher pode acontecer em qualquer lugar, na rua ou em casa.



Quando a mulher sofre qualquer tipo de agressão na rua, estará amparada, como todo cidadão, pelas leis comuns, devendo procurar imediatamente a delegacia mais próxima.



Quando a violência é praticada em casa, por familiares, por pessoas que convivem no mesmo ambiente doméstico – mesmo que não sejam parentes (ex.: agregados, hóspedes etc.) – ou pelo marido, companheiro ou companheira, a mulher agredida terá a proteção da Lei 11.340, que ficou conhecida como “Lei Maria da Penha”.



São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:


I - a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal; exemplos: Empurrões, tapas, pontapés, mordidas, cortes, murros, queimaduras, espancamentos, ser ameaçada com arma, ser trancafiada em casa;


II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação;


III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;


IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades;


V - “a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria.”.

Calúnia é a falsa acusação. Por exemplo, uma pessoa ser acusada de ter cometido um crime que não cometeu.

Difamação é a imputação a alguém de fato ofensivo à sua reputação.

Injúria é ser ofendida com palavrões e xingamentos.



O que você pode fazer?



Orar e jejuar por este ministério; participar financeiramente contribuindo, doar seus dons e talentos para ser um construtor da paz na vida de mulheres e lares desfigurados pela violência.



O que a igreja pode fazer?

Criar grupos de apoio à vítima de violência; o papel preventivo de conscientização; ajudar o agressor.

           

Estamos indo pelo Brasil como missão cristã, resgatando e restaurando a mulher agredida, violentada, discriminada e ameaçada. Tendo Jesus como modelo de construtor da paz na relação entre homens e mulheres.



Não se cale, denuncie qualquer prática agressiva, Jesus não legitima qualquer violência contra pessoas, especialmente contra a mulher cujo marido tem o dever de amar e proteger. (Efésios 5: 25-33)



Recado do Pr. Ariovaldo Ramos

“Nunca é tarde para corrigir um erro! A mulher, há muito tempo desrespeitada, precisa ter reconhecida a sua  dignidade. Ajude o Instituto Mulher Viva: Nós ajudamos a mulher a fazer valer o seu valor”



Naiá Rocha

Especialista em docência no ensino superior, fundamentos da educação, filosofia, metodologia da pesquisa, graduada em direito e história e cursando psicologia.

Contatos para palestras



13-81376075

Obs: As pessoas tiveram seu nome trocado de acordo com a legislação brasileira.










18 comentários:

  1. mil vezes a glorifico pela crista e mulher que é.
    EU TE AMO! Este será parte do artigo que publicarei.
    maravilhosa!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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  2. Louvo a Deus por esse ministério!!! Infelizmente, essa tema é abafado e até mesmo minimizado pelas igrejas evangélicas. Nunca vi esse tema sendo abordado em curso de noivos nem em encontros de casais. Tudo é tratado de uma forma muito espiritualizada e sem nenhuma compaixão da mulher vítima de violência. Muitos chegam até a culpabilizar a mulher por não ter fé suficiente para transformar seu marido. Os aconselhamentos de casal, muitas vezes, são cruéis com as mulheres ao fazê-las sentir-se culpadas por desejarem se separar. Já vi pastores colocando em pé de igualdade os defeitos da mulher que é vítima de violência às atitudes abusivas do marido, ando a entender que o homem é abusivo porque a mulher deu motivos. Isso ocorre porque desconhecem a existência de transtornos graves de personalidade e pensam que oração e conselhos bíblicos irão mudar a mente desse homem.Eu quero muito que esse ministério Mulher Viva alcance todo o Brasil e todas as denominações. Gostaria muito que viessem a Brasília. Um grande abraço!

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  3. Olá, querida!!
    Obrigada pelas suas palavras!
    Posso ir a Brasilia é só agendarmos.
    beijos
    Naiá

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  4. Aplica-se o mesmo no caso de pai que bate em filha maior de idade?

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  5. sou missionária e vice- presidente da igreja que cogrego, tenho uma filha que hoje esta com 32 anos crie dentro da igreja envagelica, mais sempre tive problema com ela em relação aos seus namoros pois arrumava namorados não crentes, ela casou contra a minha vontade com 22 anos com um homem que não era crente, ele bebia muito depois de 4 anos ela separou dele não fui a favor nem do casamento e muito nenos da separação depois de 4 meses de separada ela foi morar com outro homem desde o inicio ele bate muito nela ela teve dois filhos com este homem e agora ele bate nas crianças também , eu e o pai dela luta pra ajudar da parte na policia e nada resolve ela não quer separar dele e sempre fica com raiva de nós e do lado dele não sei mais o que fazer .estou pedido um conselho com fazer para ajuda-la

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  7. Preciso do contato de vocês por favor. Se for possível WhatsApp m. Obrigado

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  8. Preciso do contato de vocês por favor. Se for possível WhatsApp m. Obrigado

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  9. Meu esposo me bateu já ele ne deu um murro pq deixei o BB cair da cama, pensei em falar com meu pastor, e se ele souber e se afastar da igreja, pois ele é novo convertido. Tenho medo como devo proceder?

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  12. Preciso de ajuda.Sou casada com um cristão que me agredi e me ofende constantemente já falei com o meu pastor e ele nada faz.Preciso sair disto temo pela minha vida.Onde posso encontrar vocês.

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  13. Preciso de ajuda.Sou casada com um cristão que me agredi e me ofende constantemente já falei com o meu pastor e ele nada faz.Preciso sair disto temo pela minha vida.Onde posso encontrar vocês.

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  14. Que felicidade em saber que no meio cristão existe esse ministério que combate o machismo a ignorância e a violência.
    Não sou casada ainda, oro por um casamento em Jesus e não faço apologia a divórcio, mas muitas igrejas condenam mulheres que se divorciam desses monstros que levam nome de marido cristão mas que não passam de pilantras, escondidos atrás de terno bíblia e cargo de igreja, vivendo de aparência e só as esposas sabem o que passam nas mãos desses infelizes, e quando elas tomam atitude de separar são marginalizadas pela religiosidade hipócrita de séculos antes de Cristo que perdura até os dias atuais.
    Muitos ministérios fazem vista grossa aos agressores e as agredidas, querendo botar com pano quente usando o jargão de que não pode escandalizar a obra, agora que obra é essa que vê o irmão sendo humilhado e não é capaz de acolher e amparar? Isso não tem nada a ver com evangelho.

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  15. Este é um testemunho que direi a todos para ouvir. Estou casada há 4 anos e no quinto ano do meu casamento, outra mulher teve um feitiço para tirar meu amante de mim e meu marido me deixou e os filhos e temos sofrido por 2 anos até que eu quis dizer um posto onde este homem Dr.Wealthy ajudou alguém e eu decidi dar a ele uma chance para me ajudar a trazer meu amor Marido para casa e acredite em mim eu acabei de enviar minha foto para ele e a do meu marido e depois de 48 horas como ele me disse, eu vi um carro entrou na casa e eis que era meu marido e ele veio até mim e as crianças e é por isso que estou feliz em fazer com que todos vocês em questões semelhantes se encontrem com este homem e tenham seu amante de volta a você email: wealthylovespell@gmail.com ou você também pode contatá-lo ou whatsapp nele neste +2348105150446 Blog: https: //wealthylovespell.blogspot.com ..... muito obrigado Dr.Wealthy. ...

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