quinta-feira, 19 de março de 2009

09.03.09 - BRASIL
Mulheres realizam jornada de luta em várias cidades brasileirasAdital -
Com o objetivo de criticar a política que fortalece o agronegócio e as empresas transnacionais do setor exportador, especialmente da agricultura, mulheres da Via Campesina realizam hoje (9) uma jornada de lutas em cinco estados brasileiros. Em Brasília, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, São Paulo e Paraná, as mulheres denunciaram as políticas governamentais que deixam em segundo plano os trabalhadores rurais, a pequena agricultura e a Reforma Agrária. No Brasil, existem 130 mil famílias acampadas e mais de quatro milhões de famílias sem-terra.
Segundo a Via Campesina, apenas em dezembro, o agronegócio demitiu 134 mil pessoas em todo país, sendo o segundo setor que mais demitiu com a crise econômica, apesar da alta lucratividade do último período e os investimentos do governo. Em 2008, o BNDES desembolsou para os setores da mineração, agropecuária, celulose e papel cerca de R$ 17 bilhões. Do total de R$ 1,51 trilhão previsto para o período entre 2008 e 2011, somente o agronegócio tem previsão de R$ 45,1 bilhões em investimentos. Cerca de 800 mulheres da Via Campesina ocupam o prédio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em Brasília, onde realizam um ato pacífico, denunciando que a política agrária do governo, dirigida pelo Ministério da Agricultura, controlado pelos ruralistas, sustenta os latifundiários, as empresas transnacionais e o capital financeiro, responsáveis pela crise. As trabalhadoras rurais criticam o modelo de desenvolvimento imposto pelo governo, empresas transnacionais e bancos para o campo brasileiro, e cobram a implementação de um modelo agrícola baseado na pequena agricultura, com a realização da reforma agrária, e uma política econômica voltada para a geração de empregos para a população.
No Rio Grande do Sul, 700 mulheres organizadas pela Via Campesina ocupam neste momento a Fazenda Ana Paula, de propriedade da Votorantim Celulose e Papel. No Espírito Santo, cerca de 1.300 mulheres da Via Campesina ocuparam o Portocel, porto de exportações da empresa Aracruz Celulose, localizado em Barra do Riacho, município de Aracruz, para denunciar o repasse de recursos públicos do Estado para a empresa. Em São Paulo, cerca de 600 trabalhadoras do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra realizaram hoje a ocupação de uma área da Cosan, no município de Barra Bonita, na região de Jaú, a 280 km da capital. No Paraná, 1.000 trabalhadoras da Via Campesina farão uma marcha pelo centro de Porecatu, no Norte do estado. A manifestação começou pela manhã, saindo do Centro Comunitário da Prefeitura até a praça central, onde será realizada uma celebração com a partilha de alimentos da Reforma Agrária.
Com informações da Via Campesina

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