quarta-feira, 20 de outubro de 2010

HIPOCRISIA

Quantos vestem a carapuça de respeitáveis “pais de família” e possuem amantes ou “casos” fora do casamento? Pelo menos respeitam o corpo de seus cônjuges utilizando preservativos? Ou não se importam de passar adiante suas doenças – psíquicas ou somáticas?


Dentre esses pais, muitos ainda têm coragem de julgar um filho por sua orientação sexual. Como se homossexualidade fosse um crime, um ato maligno. Que honra tem este pai ou esta mãe de família para se achar juiz das escolhas do modo de amar de um filho? Ele pratica o ódio, a violência? Não! Ele fez uma escolha diferente para amar.

Quem sou eu para julgar? Quem é você? Que direito temos de ser juizes do próximo e esquecemos muitas vezes de olhar nosso próprio umbigo?

Quantos ditos “católicos” que dizem defender o amor ao próximo e são os primeiros a julgar e condenar e promover o ódio e o preconceito? É isto que Cristo nos ensinou como amor ao próximo? É esta a mensagem que ele quis nos deixar ao ser condenado à cruz?

Quantas vezes ainda julgaremos as pessoas pelas vestes? Quantas vezes as rotulamos e as condenamos por puro preconceito? A Peste Emocional grita dentro de cada um de nós. Quando nos libertaremos desta máscara de hipocrisia?

Ele é negro, então provavelmente ignorante, dou-lhe pouco valor. Tolo! Não sabe que este mesmo homem, independente de sua cor, é brilhante, iluminado e capaz de grandes obras?

Ou então, aquele outro, que é homossexual então provavelmente, sua mente pequena e preconceituosa sussurra: “este não gosta de trabalhar porque gosta de ser sustentado por seu parceiro”.

Aquela é separada, o marido a abandonou. Conseqüentemente, ela é “fácil”, e a respeitarei menos que do que a moças do prostíbulo que freqüento.

Sim já ouvi demais barbaridades como essas. E denuncio aqui minha repugnância.

Cito Ariadna Garibaldi “As diferenças nos ensinam, as diferenças nos acrescentam, as diferenças nos tornam mais fortes. Respeitar as diferenças e aprender com elas é prova de inteligência; rejeitar a diversidade e segregar aqueles que não se adequam aos nossos padrões é roubar de nós mesmos a chance de crescermos e de nos tornarmos melhores”.

Aqui neste espaço contamos a história, denunciamos fatos: a conclusão é sua. Sim esperamos contra-argumentação: então o que recebemos na maioria das vezes? Adjetivos. Argumentem, mas o façam com fatos.

Lutamos contra todo o tipo de violência, verbal ou não-verbal.

“Tomo partido do que acredito. Deixar de seguir meus valores seria minha anulação. São esses os princípios que como mãe, mulher e esposa, quero transmitir ao meu filho e a todos os que neles acreditarem” (Hellmann 2007).

As pessoas são mais do que rótulos, são seres humanos e querem e precisam ser amados.

A desinformação é uma arma muito poderosa. Manter as pessoas na ignorância é muito conveniente a alguns. Hipocrisia é o que combato. Falamos de hombridade, nobreza de caráter, mas sabemos realmente o que é ter hombridade? Quando somos tão pequenos e temos tanto medo de quem faz escolhas diferentes das nossas?

Então me deparo novamente, em minha vida, com a questão: fazer o bem ou lutar contra o mal? O que tem isso haver com a missão que defendemos neste espaço ou com sexualidade?

Tudo. É sua essência.

Muitas vezes sinto que não há escolha. A batalha está ai, acontecendo. Você pode optar por ficar na vanguarda lutando contra o mal, lhe impondo obstáculos. Você pode optar por uma missão de resgate, ajudando quem estiver ao seu alcance. Você pode “optar” por não fazer nada, não reagir, não seguir adiante… Se você escolher este caminho lembre-se:

O universo já subiu um degrau. Você ficará para trás?

Por Géssica Hellmann

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