terça-feira, 31 de maio de 2011

Mulheres destacam que fatos recentes comprovam violência do campo






Mulheres destacam que fatos recentes comprovam violência do campo

No Pará, as mulheres que lutam pela preservação do meio ambiente e da floresta sofrem muita violência, principalmente por parte dos latifundiários. A informação é da secretária do Conselho Nacional das Populações Extrativistas, Célia Regina, que participou, nesta segunda-feira (30), em Brasília, do Fórum Nacional Permanente de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres do Campo e das Florestas, promovido pela Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM).

O evento, que acontece até amanhã (31), reúne representantes do governo federal e da sociedade civil que irão definir a participação dessas mulheres na 3ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres e discutir propostas de políticas públicas.

O assassinato, no último dia 24, do casal de extrativistas Maria do Espírito Santo e José Cláudio Ribeiro da Silva, foi lembrando como o exemplo mais recente dessa realidade. Por causa dos conflitos pela preservação da floresta, muitas mulheres e homens são mortos, disse Célia Regina, descrevendo a situação na região: “É tiroteio ao redor das casas, durante a madrugada, matam as criações, cortam as árvores, tudo isso para intimidar a população da floresta”, disse.

Para Célia Regina, faltam políticas públicas de segurança, saúde e direitos humanos voltadas para os povos da floresta. "No campo e nas cidades, a vida é de um jeito, na floresta é de outro, por isso, é preciso que as políticas públicas sejam adequadas à população extrativista", disse.

Antônia Mendes, do município de Aporá (BA), e diretora do Movimento da Mulher Trabalhadora Rural do Nordeste, confirma a falta atendimento às mulheres vítimas de violência no campo. “No município que moro, não temos uma delegacia de atenção à mulher. Espero que consigamos políticas públicas em que sejamos reconhecidas”, disse.

“Apenas 4% das ligações recebidas pela central 180 são de mulheres do campo. Existe uma grande invisibilidade, porém, isso já está mudando graças à Marcha das Margaridas e ao fórum”, explica Ane Cruz, diretora da Secretaria Nacional de Enfrentamento à Violência contra a Mulher.

Marcha das Margaridas

Para atender a reivindicação da Marcha das Margaridas, em agosto de 2007, o Governo Federal instalou – por meio da SPM, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e outros ministérios –, o Fórum Nacional Permanente de Enfrentamento à Violência contra a Mulher do Campo e das Florestas. Ele está incluído no Pacto Nacional pelo Enfrentamento da Violência contra as Mulheres, visando ampliar, fortalecer e garantir ações do Estado brasileiro para o enfrentamento à violência contra as mulheres rurais.

A Marcha das Margaridas é uma mobilização organizada desde 2000 pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e reúne, anualmente, em Brasília, milhares de mulheres do campo. O intuito do fórum é ampliar, fortalecer e garantir ações do Estado brasileiro para o enfrentamento à violência contra as mulheres rurais.

Participam do Fórum, a secretária Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, Aparecida Gonçalves - que na ocasião representa a ministra Iriny Lopes,

Nenhum comentário:

Postar um comentário