terça-feira, 26 de julho de 2011

Já os estupros, que desde 2009 passaram a considerar também os casos de atentado ao pudor, tiveram um aumento no Estado de São Paulo de 9,4%.




SÃO PAULO O Diário

A cidade de São Paulo registrou no primeiro semestre deste ano 8,3 homicídios por 100 mil habitantes, a menor taxa de assassinatos desde 1965 - ano com o mesmo índice. Segundo dados da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) divulgados ontem, foram registrados entre janeiro e junho 470 assassinatos na capital paulista, 28% a menos do que no primeiro semestre do ano passado.

Seis distritos da cidade não tiveram nenhum assassinato nos primeiros seis meses do ano: Vila Carrão, Parque da Mooca e Alto da Mooca, na zona leste; Limão, na norte; Campo Grande, na sul; e Cambuci, na região central. Mas a periferia da zona sul continua com os primeiros lugares no ranking de violência: Parque Santo Antônio (28 casos), Campo Limpo (23) e Capão Redondo (18).

No Estado, a queda nos homicídios foi de 12,2% e alcançou taxa de 9,6 casos por 100 mil habitantes. A média brasileira é de 25 por 100 mil. Apesar da queda nos assassinatos, os casos de latrocínio, roubos seguidos morte, registraram alta de 12% na capital. Foram 46 ocorrências no primeiro semestre. No Estado, o crescimento foi de 20% - 161 pessoas morreram durante roubos.

Para o delegado-geral, Marcos Carneiro de Lima, o crescimento dos latrocínios pode estar vinculado ao roubo a veículos, outro crime com tendência de alta no Estado (10%) e na capital (7,5%). "No roubo de veículos, o susto da vítima pode levar o ladrão, que é covarde e tem medo, a atirar. Como a distância é curta e as partes fatais da vítima estão expostas, como tronco, cabeça e tórax, o risco é muito elevado."

Crimes contra o patrimônio (roubo, furto, roubo e furto de veículos, roubo a banco e de cargas) cresceram tanto no Estado (6,4%) quanto na capital (11,5%). A alta foi puxada pelos furtos, que aumentaram 22% na cidade e 9,3% no Estado.

"Hoje existem objetos pequenos de alto valor, como celular, iPad, notebook. E é mais fácil registrar nas delegacias eletrônicas e companhias da PM. Isso acaba refletindo nas taxas", diz o comandante geral da PM, Álvaro Camilo.

Desde 2009, o secretário da Segurança Pública, Antônio Ferreira Pinto, diz que para enfrentar crimes contra o patrimônio, a Polícia Civil deve mudar a estrutura de combate. Um plano será submetido ao governador Geraldo Alckmin (PSDB). "Os números do semestre são positivos, mas estamos preocupados em manter a pressão sobre o crime."

Já os estupros, que desde 2009 passaram a considerar também os casos de atentado ao pudor, tiveram um aumento no Estado de São Paulo de 9,4%. Foram 5.249 casos. Na capital paulista, houve queda de 4,6%. Para o comandante-geral da PM, Álvaro Batista Camilo, o crescimento dos números não significa somente aumento da violência contra a mulher. Pode revelar também um crescimento nos registros desse tipo de caso por causa da Lei Maria da Penha e da maior conscientização das vítimas.

"O estupro é o crime mais subnotificado em todos os países do mundo. O aumento de registros pode ser considerado positivo", afirmou Camilo

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