Conselheira: recebemos até 10 casos de violência contra jovens por dia
Com preocupação sobre crescimento de agressão contra crianças e adolescentes, curso capacita profissionais à disseminação da cultura da paz
• O crescimento da violência contra crianças e adolescentes em Alagoas tem preocupado vários setores do Estado e culminou com um evento, iniciado na manhã desta segunda-feira (05), de capacitação para multiplicadores de uma cultura de paz. Durante o evento, conselheiros tutelares alertaram que, sobretudo nas áreas do Poço até Ipioca, são registrados até 10 casos por dia.
As informações foram repassadas pela conselheira Vera Lúcia Fragoso, da região que compreende 16 bairros. Segundo a conselheira, as maiores incidências perpassam por negligência por parte dos pais e espancamento.
“Um dos casos recentes que encontrei foi uma mulher que espancou a filha de 12 anos com uma panela. A mãe sai para trabalhar e deixa essa adolescente cuidando da irmã, de oito anos. Nesse dia, a menina acabou saindo para brincar e, quando a mãe chegou em casa e soube, espancou a menina com uma frigideira”, relatou.
Representando o Núcleo de Vigilância Epidemiológica do Hospital Geral do Estado (HGE), a enfermeira Silvana Targino conta que a unidade de saúde é a porta de entrada de todos os tipos de violência registradas, incluindo contra adolescentes. “Embora eu não tenha um número preciso, com certeza posso dizer que há um crescimento na violência contra jovens, especialmente em virtude da própria violência urbana. Ferimentos a bala, arma branca e agressões em geral são exemplos do que mais encontramos no Hospital”, explicou.
Para tentar ajudar a minimizar o quadro, a enfermeira decidiu participar do evento. “Acho importante ser capacitada para multiplicar e ampliar o trabalho do Núcleo junto às famílias das vítimas que chegam ao Hospital Geral”, acrescenta.
O curso sobre cuidados para atenção integral de jovens e famílias em situação de violência, que capacita 30 profissionais da capital e do interior de Alagoas, pretende partir do princípio de que a família desestruturada facilita a violência contra crianças e adolescentes. “Por isso a necessidade desse evento formar pessoas que promovam a cultura da paz. Há muitos casos de violência física, doméstica e de castigos indevidos encontrados”, relatou a gerente da área de Saúde da Criança da Secretaria de Saúde, Maria do Socorro Marques Luz, que também organiza o evento
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